É com grande pesar que o CICS.NOVA informa que faleceu a escritora Maria Velho da Costa (1938 – 2020), mãe de João Sedas Nunes, investigador do CICS.NOVA e docente do Departamento de Sociologia da NOVA FCSH.
Maria Velho da Costa, galardoada com o prémio Camões em 2002, foi autora de contos, peças de teatro e romances, no quais se destaca, entre outros, a coautoria, com Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta das “Novas Cartas Portuguesas”, uma obra literária que denunciava a repressão e a censura do regime do Estado Novo e que exaltava a condição feminina e a liberdade de valores para as mulheres.
Em 1997, recebeu o Prémio Vergílio Ferreira pelo conjunto da obra literária. Com o romance “Lúcialima” (1983) recebeu o Prémio D. Diniz. O romance “Missa in albis” (1988) foi Prémio PEN de Novelística. Com a coletânea “Dores” (1994) recebeu o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco da Associação Portuguesa de Escritores (APE) e o Prémio da Associação Portuguesa de Críticos Literários. Em 2000, a APE atribuiu-lhe o Grande Prémio de Teatro por “Madame”, e o Grande Prémio de Romance, por “Irene ou o contrato social”.
O último romance que publicou, “Myra” (2008), valeu-lhe o Prémio PEN Clube de Novelística, o Prémio Máxima de Literatura, o Prémio Literário Correntes d`Escritas e o Grande Prémio de Literatura dst.
Em 2003 tronou-se Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, em 2011, Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.
Maria Velho da Costa foi ainda autora de argumentos ou diálogos para cinema e desempenhou várias funções oficiais na área da Cultura: integrou o governo de Maria de Lurdes Pintassilgo como adjunta do secretário de Estado da Cultura em 1979 (o escritor Helder Macedo) e adida cultural em Cabo Verde (1988-1991), tendo também pertencido à Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses.
Créditos da imagem: Pedro Nunes/Lusa.