A terceira sessão das Oficinas de Mestrado e Doutoramento do Grupo de Investigação 3: Cidades, Ambiente e Desenvolvimento Regional será realizada no dia 09 de Dezembro, a partir das 14h00, através da plataforma Zoom.

Nesta sessão, serão apresentados os trabalhos de Maria João Horta Parreira (Doutoramento em Ecologia Humana, NOVA FCSH) e José Rafael Soares (Doutoramento em História, UMinho).

Link Zoom: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/83220248688?pwd=SG9lRWhOdWVJaTVtRmZVcmF3R1dTQT09
ID da reunião: 832 2024 8688
Senha de acesso: 099471

Social Innovation for rural young entrepreneurship: an assessment model to boost territorial cohesion through knowledge exchange and tailored place-based policies
Maria João Horta Parreira

Resumo: This project aims to produce a model to assess the relevance of social innovation in less-favored rural territories to boost rural young entrepreneurship, exploring key criteria as knowledge exchange, place-based policies and stakeholder influence in that dynamics. The research will conduct case studies in an actor-oriented network approach, with the following lines of action: (i) the sharing and diffusion of knowledge, establishing networks, with focus on rural young entrepreneurs/farmers in articulation with other stakeholders; (ii) exploring the potential of social innovation for the development of more cohesive and resilient rural territories, through the involvement of several social agents; (iii) prospecting an evaluation of the diversity of activities in rural areas, highlighting the associated opportunities and constraints. The proposed model with a practical guide will be useful to materialize the concept of Social Innovation for rural young entrepreneurship and to replicate in other rural areas.

Objetivos: In several countries, rural communities are vulnerable to different threats, being urgent to promote territorial cohesion and the resilience of people, communities and ecosystems. The recent Portuguese legal figure “Young rural businesspeople” (YRB) (DL 9/2019) creates incentives for attracting and retaining young entrepreneurs to less favored rural areas, contributing for the dynamization of local economies and the valorization of endogenous resources. Also, the YRB status aims to promote synergies between Agriculture and other economic sectors, revitalizing the rural world and rural-urban partnerships, one of the listed challenges in the Portuguese National Program for Territorial Cohesion.

The purpose of this project is twofold. The first objective is to understand the potential of YRB to boost social innovation initiatives; the second is to assess the relevance of social innovation in rural young entrepreneurship, exploring the potential of knowledge exchange networks between rural young entrepreneurs and other social agents as academia, non-profit organizations, state and private entities committed to rural development.

The specific research objectives are:

O1: To evaluate how the YRB figure may stimulate the articulation of agriculture with other economic sectors, fostering social innovation initiatives.
O2: To assess how knowledge exchange can help rural young entrepreneurs to use effectively diverse and volatile networks, shaping the landscape of networks according to their most relevant needs.
O3: To determine the key constraints/opportunities that influence the rural youth adherence to YRB legal figure.
O4: To elaborate a model to assess the relevance of social innovation in rural young entrepreneurship, identifying the key stakeholders and their influence in social innovation initiatives.

Palavras-chave: knowledge exchange; place-based policies; rural young entrepreneurs; social innovation; territorial cohesion

O longo caminho para a depuração: estratégias de vigilância e combate à poluição industrial na Bacia Hidrográfica do rio Ave (1892-1941)
José Rafael Soares

Resumo: O nosso estudo foca o fenómeno da poluição industrial na Bacia Hidrográfica do rio Ave, de 1892 a 1941. Através dos registos do Arquivo Histórico da Administração da Região Hidrográfica do Norte, analisamos várias transgressões aplicadas a empresas fabris na bacia do rio Ave, tais como o lançamento de resíduos de tinturaria ou a descargas ilegais de cinzas. Os processos de transgressão, contendo informações preciosas sobre os procedimentos das autoridades e sobre a dinâmica do Homem no território, oferecem detalhes para compreender a resiliência dos ecossistemas e as reclamações por parte das comunidades mais afectadas. 

A poluição foi uma externalidade prevista pelas autoridades nacionais aquando dos usos industriais das águas públicas. A fiscalização aquícola, preceituada desde 1892 (Lei nº 8, de 1 de Dezembro) com a criação dos Serviços Hidráulicos, desenhou competências de vigilância difíceis de cumprir, e não raras vezes viu os esgotos evacuarem-se nos diversos afluentes, colocando em causa as atribuições das autoridades. De facto, na época contemplada na nossa investigação, as diversas indústrias, sediadas nos cursos de água, obrigadas a soluções técnicas de contenção da perigosidade dos seus resíduos, geriram as múltiplas consequências ambientais com base na mitigação de danos e explorando soluções tecnológicas rudimentares. A noção do risco da extinção de pescado e a avaliação da qualidade da água foram algumas das sensibilidades despertadas com o impacto da actividade industrial.

O cruzamento de diversas fontes, como as comunicações interinas entre os guarda-rios e as chefias desta zona hidrográfica, as reclamações da vizinhança para com as descargas fabris, ou até determinados processos de licenciamento que mencionavam o risco de águas inquinadas, ajudam-nos a compreender a razão pela qual os rios foram um autêntico testemunho da poluição das indústrias na primeira metade do século XX.

Palavras-chave: História Ambiental; História Industrial; Poluição; Saúde Pública; Bacia Hidrográfica do Rio Ave.