Informa-se que o 9º Seminário Almoço CICS.NOVA.UMinho de 2018 irá realizar-se no dia 15 de novembro de 2018 (quinta-feira) e contará a presença de Monica Vieira, professora e investigadora do Laboratório do Trabalho e da Educação Profissional em Saúde da Escola Politécnica de Saúde da Fundação Oswaldo Cruz e investigadora de pós-doutoramento no CICS.NOVA – Polo UMinho, que apresentará a conferência intitulada “Trabalho, configurações contemporâneas e reconfigurações subjetivas: trajetórias profissionais de médicos no Brasil e em Portugal”.

Orador: Monica Vieira

Título: Trabalho, configurações contemporâneas e reconfigurações subjetivas: trajetórias profissionais de médicos no Brasil e em Portugal

Resumo:

A peculiaridade da relação médico-paciente permitiu que o processo de profissionalização da medicina a levasse a ser compreendida não apenas como ciência, mas como arte e humanismo, como uma prática social onde as qualificações técnicas são tão relevantes quanto o modo de ser médico.  Nos últimos anos, a construção dos valores atribuídos ao trabalho médico vem complexificando-se diante das transformações no mundo do trabalho e nos leva a interrogar em que medida é possível captar o ofício da artesania no meio de tantos procedimentos altamente tecnificados efetuados em meio a precarização do trabalho médico e à serviço de uma gestão do trabalho em saúde orientada pelo produtivismo. Hoje cabe questionar até que ponto a medicina é uma profissão como poucas, o que exige lançar mão de um olhar que privilegie a compreensão do  processo de conformação dos modos contemporâneos de ser médico e as repercussões na construção dos sentidos do trabalho, nos vínculos entre trabalhador e trabalho, nas suas trajetórias profissionais e nos modos de produzir o cuidado.

O estudo possui como objetivo geral analisar a relação do médico com seu trabalho e com o processo de construção de suas trajetórias profissionais no Brasil e Portugal, diante das repercussões da organização contemporânea do trabalho. E como específicos compreender a relação que esses profissionais constroem com seu trabalho e a gestão do trabalho; identificar os principais aspectos que afetam as trajetórias profissionais de médicos e conhecer os dilemas, as aspirações e as alternativas elaboradas por esses profissionais diante do mundo do trabalho contemporâneo.

Com base em uma metodologia de caráter qualitativo busca-se apreender o ponto de vista dos médicos a partir de entrevistas com roteiro prévio, tendo como objetivo captar as relações entre percursos de vida, construção de trajetórias profissionais, como percebem suas práticas, constroem valores e significados acerca de seu trabalho. As trajetórias estão sendo consideradas um modo de ver as dimensões relacionais e biográficas dos sujeitos do estudo. A dimensão profissional emerge ao tempo em que memórias, significados e vivências são acionados através da recuperação de sua trajetória, entendida como recurso metodológico.

Nota biográfica e curricular:

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1989), mestrado em Políticas, Planejamento e Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública da FIOCRUZ (1996) e doutorado em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (2005). É desde 1998 analista em Gestão em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz e atua na pós graduação e no Observatório dos Técnicos em Saúde do Laboratório do Trabalho e da Educação profissional em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase no campo do Trabalho em Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: qualificação, trajetórias ocupacionais, gestão do trabalho em saúde, força de trabalho em saúde. 

Mais informações:
http://cics.uminho.pt