Fernando Diogo, investigador integrado do CICS.NOVA, foi um dos especialistas convidados na reportagem do jornal digital Setenta e Quatro “Os Mundos e Fundos do RSI (I): Ódios de Estimação” e “Os Mundos e Fundos do RSI (II): Sair do Poço

Nesta reportagem, desmistificam-se mitos comuns relativamente ao Rendimento Social de Inserção (RSI), nomeadamente no que respeita ao perfil do beneficiário e à sua condição de “abuso da democracia”.

Esclarecendo que imaginário está por detrás da oposição ao RSI, o investigador afirma “Não é uma originalidade portuguesa nem é uma coisa específica do RSI, a dicotomia entre o pobre merecedor e o pobre não merecedor. O que está por detrás desta ideia é a questão da ética do trabalho. Tende-se a associar os beneficiários do RSI ao não-trabalho.”

Com o valor médio de 119,07€, e cobrindo 211 540 beneficiários em Dezembro de 2020, o RSI é visto transversalmente como uma solução de emergência e não como uma estratégia eficaz de combate à pobreza. “É bom que as pessoas tenham noção de uma coisa: o RSI não é uma medida pensada para tirar as pessoas da situação de pobreza. Serve apenas para diminuir a intensidade da pobreza”, concluiu o investigador.

Fernando Diogo é Professor da Universidade dos Açores, investigador do CICS.NOVA e autor do estudo A Pobreza em Portugal – Trajetos e Quotidianos, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Imagem: Setenta e Quatro/José Leal Riça